segunda-feira, 29 de setembro de 2008

escuridão, noite liquefeita.. tudo se transforma!

Dentre tantas milhões de mariposas no mundo, não seria ilógico que UMA delas pudesse parecer com um rosto humano, mesmo que meio de longe. Faces humanas na superfície de marte, estátuas lunares construídas por povoados antigos que habitaram a lua... essa notícia aí é demais.....


http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL764923-6091,00-AMERICANO+DIZ+TER+ENCONTRADO+IMAGEM+DE+JESUS+EM+MARIPOSA.html

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A melhor descrição

Li em um excelente blog - Direito e Democracia - as palavras que irei transcrever abaixo. O texto é de Alberto Xavier, um professor de direito tributário de quem eu nunca tinha ouvido falar, pra ser sincero.

Trata-se da mais bela descrição por mim já lida do que se sente nos momentos em que essas duas palavras saem da nossa boca com todo o veneno que merecem ter! Impagável!


“ABAIXO AS CONJUNÇÕES CONCLUSIVAS

- Foda-se o 'logo'! – exclamo, subitamente aliviado da pressão exercida por um sistema de raciocínio, em relação ao qual certos instintos mediterrânicos me sussurravam dever manter-me, pelo menos, ou por enquanto, cético.
(Observo entre parêntesis que, se me permito a plebéia interjeição 'foda-se', não é por grosseria ou vontade de chocar – de resto, quem? – mas pelos efeitos distensores que exercem no meu psiquismo os elementos fonéticos da respectiva articulação. Especialmente a fricativa 'F', em que o ar comprimido passa por uma fenda estreita da cavidade bucal, desencadeia alívios comparáveis aos de uma merecida excreção. Logo após, a oclusiva línguo-dental 'D' satisfaz a minha agressividade latente, tanto mais acalmada quantas mais vezes a ponta da língua bate na arcada dental, como tímpano num tambor: d-d-d-d. A alveolar 'S' (do-se), em que o ar sai da minha boca como um silvo de cobra, representa a fase final do meu apaziguamento interior. A vogal média fechada 'Ô' imprime um pano de fundo prolongado, repousante, ordenado, inexorável e neutro, com a estrita finalidade de realçar, por contraste fonético, o belicismo do F, do D e do S. Vêm estas considerações a propósito apenas para me escusar perante Fátima, que odeia plebeísmo e vulgaridades, do emprego que faço da expressão 'foda-se' com fins estritamente terapêuticos, relaxantes e medicinais.
Aproveitando o desabafo, acrescento que quase tão bom como dizer 'foda-se' é soletrar 'porra'. Raros fonemas conseguem produzir o prazer 'excretal' de 'porra'. Seja qual for o significado material deste fonema, a verdade é que é indizível o prazer acústico-labial que dá dobrar os lábios em posição de combate, e expelir a militar oclusiva 'P' com o prazer uretral de quem urina, e a raivosa vibrante velar, o 'R' sonoro forte, no véu palatino, de modo rolado, repetitivo, como um rufar de tambor ou um disparo múltiplo de 'fogo grego'. (Dizer 'porra' é – tal como dizer 'foda-se' – um estilizado e intenso prazer fonético).” (XAVIER, Alberto. Al-gharb - 1146 - uma viagem onírica ao portugal muçulmano. 1ª edição. Rio de Janeiro:Gryphus, 2004, p. 156)